Como compor ou dimensionar uma Brigada de Emergência por pavimento?

O incêndio é um dos perigos contra o qual a empresa deve aplicar medidas preventivas, como o dimensionamento adequado da Brigada de Emergência. Para compor uma Brigada de Incêndio, é necessário utilizar fórmulas e considerar certos critérios.
Veja como compor ou dimensionar uma Brigada de Emergência por pavimento!
O grau de risco do incêndio
O primeiro passo para dimensionar uma Brigada de Emergência é definir o grau de risco de incêndio, consultando o anexo C da NBR 14276:2006 ou a NBR 12693:2010. O anexo C define valores para a carga de incêndios dos edifícios ou zonas de risco, respeitando a classe de ocupação.
O grau de risco de uma empresa é mensurado pelo nível de perigo e pelos eventuais danos que poderão ocorrer devido a um incêndio. Os riscos considerados envolvem:
possibilidade de perdas humanas;
danos ambientais;
danos materiais;
danos de natureza econômica.
Conforme a NR 14276, existem as seguintes classificações de riscos:
risco alto: empresas com carga de incêndio superior a 1.200 MJ/m2;
risco médio: empresas com carga de incêndio entre 300 e 1.200 MJ/m2;
risco baixo: empresas com carga de incêndio até 300 MJ/m2.
A unidade MJ/m2 significa megajoule por metro quadrado.
Os outros critérios
Além do grau de risco de incêndio, é preciso levar em conta a população fixa de cada pavimento ou setor e os grupos/divisões de ocupação da planta.
A NR 14276 define população fixa como aquela que permanece regularmente no edifício. Para isso, são considerados os turnos de trabalho, a natureza da ocupação e os terceiros envolvidos.
Em relação ao grupo ou à divisão, deve-se considerar a carga de incêndio da empresa. Para isso, é necessário consultar o Decreto 56.819/11.
O cálculo para dimensionar uma Brigada de Emergência
Quando a empresa é dividida em compartimentos, é preciso fazer o cálculo de acordo com o grau de risco de incêndio definido para cada setor individualmente.
Quando não há compartimentos, o cálculo usado para dimensionar uma Brigada de Emergência considera o maior grau de risco de incêndio.
Observe um exemplo para entender melhor.
Uma indústria tem uma parte administrativa e outra industrial. A primeira está em um prédio separado do setor industrial. Essa parte tem 14 funcionários. No setor de produção, atuam 48 pessoas.
Deve-se considerar a nota 6 da NBR 14275, que menciona o fato de a empresa apresentar mais de uma classe de ocupação e o fato de os setores serem ou não separados.
Para dimensionar uma Brigada de Emergência, é preciso considerar individualmente:
1. setor de administração.
2. setor de produção, ou industrial.
Administração
O enquadramento segue o anexo C. O escritório pertence à Divisão D1, grau de risco médio. Consultando o anexo A:
até 10 pessoas = 4 brigadistas;
acima de 10 pessoas = nota 5.
Conforme a nota 5, grau de risco médio, é preciso adicionar para cada grupo de 15 pessoas mais 1 brigadista. No setor administrativo, há 14 funcionários, logo:
14 – 10 = 4 pessoas;
4 ÷ 15 = 0,2667.
Arredondando o resultado, tem-se 1 brigadista a mais. Assim, 4 + 1 = 5 brigadistas.
Produção
Pelo anexo C, o setor industrial integra a classe de ocupação industrial, divisão I3, grau de risco alto. Seguindo novamente o anexo A:
até 10 pessoas = 8 brigadistas;
acima de 10 pessoas = nota 5.
A nota 5 determina, para risco alto, o acréscimo de 1 brigadista para cada grupo de 10 pessoas. Nesse setor, atuam 48 pessoas, logo:
48 – 10 = 38 pessoas;
38 ÷ 10 = 3,8.
Arredondando, tem-se 4 brigadistas a mais. Assim, 8 + 4 = 12 brigadistas.
Total de brigadistas na indústria
5 + 12 = 17 brigadistas.
E, conforme o anexo B, o nível de treinamento será avançado.
Algumas considerações extras
É importante ressaltar que cada Estado tem uma forma de dimensionamento de sua Brigada. Tanto a lei mais geral quanto a estadual estão baseadas na NBR, entretanto a legislação estadual é um pouco mais restritiva em alguns Estados, podendo mudar alguns requisitos.
Nos Estados e nas NBR as Brigadas de Emergência são comumente tratadas como Brigadas de Incêndio. A distinção é relevante, porque cada sinistro apresenta demandas diferentes, e o foco de seu combate e prevenção será também diverso. A emergência é um complemento do incêndio.
Fonte: Mastt